na morte do bezerra, ou do bezerro
Un golpe de ataúd en
tierra es algo
perfectamente serio.
(antonio machado)
Mas que inferno agora é um enterro!
Já ninguém mais se encolhe, ou silencia;
quem chora, chora alto; e há quem ria
na morte do Bezerra, ou do bezerro.
Estar contrito − sério!, é quase um erro.
E enquanto o padre tarda, fica em dia
aquele papo antigo, quem diria
− em um lugar assim, um cemitério!
Marquemos outro dia, outro lugar...
Mas, vá: anote aí meu celular −
é meia, meia... “Mal, Senhor, amém!”
Pois foi melhor assim! Vai repousar,
o que sofreu, agora... E k-k-k!,
...me conte se o Bezerra deixou bens.
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WLADIMIR SALDANHA nasceu em 1977, em Salvador, cidade onde
reside. Estreou com As culpas do poema (Scortecci, 2012), livro distinguido com
o X Prêmio Literário Asabeça para a Região Nordeste, categoria poesia. Esse
primeiro título seria incorporado ao volume Culpe o vento (7Letras, 2014).
Lançou ainda Lume Cardume Chama (7Letras, 2014) − obra selecionada para
publicação pela Fundação Cultural da Bahia. Participou das antologias
portuguesas Poetas na surrealidade em Estremoz (2007) e DiVersos – Poesia e
Tradução (2008). Recebeu menção honrosa do Prêmio SESC de Literatura
2011-2012, categoria livro de contos. Possui formação jurídica, sendo também
mestre e doutor em letras pela UFBA. Em 2015, lançou o livro Cacau inventado,
pela editora Mondrongo, de Ilhéus.
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